Em nota, empresário afirmou que
diligências do MP foram feitas com 'irrestrita cooperação de todos'. Também por
meio de nota, secretaria informou que 'preza pela lisura nos processos
licitatórios e nas contratações'.
O Ministério Público do Distrito Federal deflagrou, nesta segunda-feira (25), uma
operação para investigar possíveis crimes de fraude na locação de um imóvel do
empresário e ex-vice governador do DF Paulo Octávio.
O
prédio abriga a administração central da Secretaria de Saúde do GDF.
Uma
denúncia feita pelo ex-deputado distrital Leandro Grass em 2020 aponta que
houve dispensa de licitação no processo de aluguel do espaço.
Secretaria de Saúde do GDF muda sede para prédio de aluguel milionário
Os gastos para o GDF seriam de R$
968.147,37, segundo o ofício apresentado ao MPDF.
"O Distrito Federal está enfrentando uma pandemia, razão pela qual
os recursos devem ser destinados, prioritariamente, ao combate à doença. Com
efeito, não parece razoável que o Estado arque com custos tão altos nesse
momento, sobretudo quando não se tem, ao menos de forma pública, uma resposta
acerca da inexistência de um espaço próprio que possa ser ocupado", aponta
o documento.
O ex-distrital aponta ainda a proximidade entre duas então servidoras da
Secretaria de Saúde, com a Diretora da Empresa contratada.
Em nota, a Secretaria de Saúde disse que "preza pela lisura nos
processos licitatórios e nas contratações" e que está "à disposição
dos órgãos para quaisquer esclarecimentos que se façam necessários nesta
investigação".
Já Paulo Octávio afirma que, a "despeito da inequívoca regularidade
na celebração do referido contrato, foram realizadas diligências pelo MPDF com
a irrestrita cooperação de todos".
O empresário também ressaltou que permanece "inteiramente à
disposição das autoridades para prestar todo e qualquer esclarecimento
necessário" (veja
íntegra abaixo).
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais do
empresário e de agentes
públicos locais.
Segundo o MP, a lista dos supostos crimes inclui:
- Dispensa indevida de licitação;
- Fraude ao caráter competitivo da licitação;
- Corrupção passiva e corrupção ativa;
- Organização
criminosa.
As investigações são sigilosas e conduzidas pela 2ª Promotoria de
Justiça de Defesa da Saúde (Prosus).
A ação desta segunda-feira foi acompanhada e teve o apoio do Centro de
Produção, Análise, Difusão e Segurança da Informação do MPDF (CI) e do
Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil
(Decor).
O que
diz o empresário Paulo Octávio
"Em 24 de agosto de 2020
foi publicado EDITAL DE CHAMAMENTO PUBLICO para a locação de imóvel para a
instalação da sede da SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL.
2. Seguindo, 6 empresas
interessadas apresentaram propostas, restando duas consideradas habilitadas,
sendo que, ao final, foi declarada vitoriosa a proposta de PO 700
EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDA. de valor inferior, frise-se, aos apurados em
laudos de avaliação emitidos pela TERRACAP e pelo CVI – COMISSÃO DE VALORES
IMOBILIÁRIOS.
3. Em 02 de dezembro de 2020
foi celebrado contrato de locação de imóvel entre a PO 700 EMPREENDIMENTOS
IMOBILIÁRIOS LTDA. e a SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL
assinado pelo então Secretário de Saúde OSNEI OKUMOTO.
4. Por meio deste contrato de
locação foram disponibilizados 14.109,74m² ao custo de R$53,15 (menor valor
pago entre todos os LOCATÁRIOS do prédio em destaque) que atualmente comportam
mais de 1.700 servidores, sendo certo, ainda, que a LOCADORA fez vultoso
investimento no local (quase R$9.000.000,00) exclusivamente para atender layout
apresentado pela LOCATÁRIA, destaque-se, sem que qualquer dessas despesas
tenham sido repassadas para a SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO DISTRITO
FEDERAL, sendo patente a vantajosidade da contratação para a Administração
Pública. (*Clipping:G1)