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No Dia da Conscientização Contra a Obesidade
Infantil, instituição aponta para a necessidade da introdução de hábitos
saudáveis dentro de casa e aposta em estratégias lúdicas para mudanças
alimentares nos pequenos.
De acordo com a nutricionista clínica Ana Rosa
Arruda, que atua nas áreas de diabetes, oncologia e imunidade do Hospital da
Criança de Brasília, “comer bem começa muito cedo, no início da vida. A família
precisa ser o exemplo, o espelho de uma alimentação saudável, pois a criança
aprende pelo ‘neurônio-reflexo'”.
Se o prato dos pais reflete uma alimentação
saudável, o prato da criança também será saudável.
Se
der preferência a alimentos que, ao invés de desembalar se descascar, a criança
terá acesso a alimentos e escolhas saudáveis, a montar um prato saudável
escolhendo melhor até entre as opções dos industrializadas
A educação alimentar precisa
começar nas compras. Se a escolha for por alimentos ultraprocessados, embutidos
(mortadela, presunto, salsicha, steak de
frango) com sódio, calorias e açucarados, a criança vai comer.
Então, se der preferência a
alimentos que, ao invés de desembalar se descascar, a criança terá acesso a
alimentos e escolhas saudáveis, a montar um prato saudável escolhendo melhor
até entre as opções dos industrializadas.
No Hospital da Criança de Brasília,
endocrinologistas que tratam as comorbidades (como colesterol alto,
triglicerídeos acima das referências) ao admitirem pacientes acima do peso,
encaminham para a nutrição e a psicologia, que atuam em conjunto no acompanhamento
dessas crianças e adolescentes que retornam de 6 em 6 meses.
No ambulatório voltado ao perfil de obesidade, no
primeiro trimestre de 2024, foram identificados 10% de pacientes com sobrepeso;
12% já apresentavam obesidade e 24% tinham sinais claros de desnutrição. Mas,
54% estavam dentro do peso ideal (eutrofia). E esse é o objetivo dos
profissionais que atuam na nutrição, em todas as áreas assistenciais, promover
saúde e qualidade de vida.
O sobrepeso (SPO) é um alerta para a obesidade. Por
isso, foi criado um programa de diretrizes do SPO que fornece todo o suporte
técnico para os tratamentos clínicos.
Até julho será concluído um outro projeto voltado
aos familiares e pacientes. A base é a educação sobre nutrição, noções sobre
uma alimentação saudável e o estímulo à atividade física. Com esse novo
projeto, os profissionais pretendem fazer um treinamento efetivo para reforçar
a atenção daqueles que já estão em tratamento, porém, com baixa adesão às metas
estabelecidas para obter o sucesso no tratamento.
O serviço de nutrição do hospital oferece nos
cardápios, como opção, pratos decorados com figuras lúdicas, preparados com
alimentos saudáveis. Em momentos de comemoração, bolos são confeccionados com
melancia e kiwi, preparados com alimentos saudáveis. Tudo para envolver a
criança na hora da alimentação.
Ana Rosa Arruda lembrou também da importância do
controle emocional nas escolhas na hora da alimentação’, pois já se verifica
uma estreita relação entre a obesidade e a emoção. “Temos de falar para os pais
trabalharem o emocional dessas crianças. A psicologia tem a sua função, por
isso trabalhamos juntas. Temos de dar a atenção, também, a uma rotina da
criança, aliás, todos nós precisamos de uma rotina.”
A nutrição pode ser um ensinamento de como viver
bem e saudável, e é mais que um plano alimentar que estipula as quantidades.
“Hoje, sabemos que não se vive em dieta 100% do tempo. Conseguimos fazer trocas
inteligentes, saber o que se precisa comer e aplicar esse ensinamento”, conclui
a nutricionista clínica.