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Reeducandos do CPP usam armários para guardar
pertences, mas órgãos afirmam não saber dos compartimentos; comerciantes
reclamam de bagunça
Presos do Centro de Progressão Penitenciária (CPP), localizado no trecho 4 do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), têm utilizado cofres amarrados a um poste para guardar seus pertences.
A prática não só chama atenção,
mas também incomoda os comerciantes da região devido à suposta desordem causada
pelos reeducandos nos arredores.
O Metrópoles apurou que os cofres,
localizados em frente ao CPP, são dos próprios custodiados, não tendo sido
fornecidos pelo estabelecimento prisional ou por outro órgão público.
No CPP ficam os apenados do regime semiaberto,
que podem sair durante o dia para trabalhar e retornam à penitenciária no
início da noite. São cerca de 30 armários no meio da rua.
Durante o acompanhamento da reportagem, foi
possível flagrar alguns dos detentos guardando pertences, como roupas de frio.
As autoridades ouvidas pela reportagem afirmam não ter gerência
sobre os tais cofres, embora estejam localizados em via pública.
Os compartimentos ficam
trancados, e somente os apenados do semiaberto têm acesso.
Vandalismo
Comerciantes que trabalham em lojas próximas ao CPP denunciam
que os reeducandos cometem atos de vandalismo nos arredores dos quiosques que
ficam próximos dos armários. “Eles urinam, defecam, escondem porções de drogas
nas paredes. Todo dia pedem para que a gente guarde mochilas deles aqui dentro
e ficam chateados quando a gente nega”, afirma um lojista que preferiu não se
identificar.
Esse mesmo funcionário diz ainda que trabalha no local há cerca
de dois anos e presencia essa situação desde que chegou ao trecho 4 do SIA. “Já
vi até porrada entre eles aqui na frente. Eles brigam, gritam. Tudo isso deixa
a gente com medo de reclamar ou pedir para que eles parem”, completa.
O gerente de uma borracharia
próxima ao CPP relata que os armários ficavam instalados no muro da loja até
cerca de um mês atrás.
Segundo ele, todo fim de tarde, os presos
tomavam conta do espaço em volta dos cofres.
“Procurei a Polícia Penal e eles disseram que
não podiam fazer nada. Chegamos a pedir auxílio da Polícia Militar, mas também
não houve mudança”, explica o borracheiro, que também preferiu condição de
anonimato.
Em nota ao Metrópoles, a Secretaria de Administração
Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) afirma que os reeducandos passam
por revista pessoal na entrada e na saída da unidade — eles cumprem pena em
regime semiaberto e saem todos os dias para trabalhar e/ou estudar —, e que a
Polícia Penal faz operações com cães farejadores para punir os custodiados em
caso de guarda de objetos ilícitos. A pasta não informou, entretanto, se algum
dos presos foi punido recentemente por guardar algo ilegal. Quanto aos cofres
em si, apenas frisou que os itens não ficam nas dependências do CPP.
A Administração Regional do SIA
afirma não saber dos armários. “Não temos conhecimento sobre a autorização para
o uso desses compartimentos ou sobre os itens que neles possam ser armazenados
pelos reeducandos.”
Quanto às queixas dos comerciantes, a Administração diz que tem
trabalhado em conjunto com a 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) para “manter a
ordem e a segurança na região”. “A partir de informações sigilosas da
comunidade, em especial por meio do telefone 197 da Polícia Civil, conseguimos
elucidar diversos crimes na área do SIA, ressaltando que a identidade do
denunciante é totalmente assegurada sem causar qualquer prejuízo à sua pessoa”,
complementa o delegado Victor Dan, da 3ª DP.
A Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) afirmou
não possuir atribuição para atuar no caso, haja vista que os armários não são
considerados lixo descartado.
Reeducandos do CPP usam armários para guardar
pertences, mas órgãos afirmam não saber dos compartimentos; comerciantes
reclamam de bagunça
Presos do Centro de Progressão
Penitenciária (CPP), localizado no trecho 4 do Setor de Indústria e
Abastecimento (SIA), têm utilizado cofres amarrados a um poste para guardar
seus pertences.
A prática não só chama atenção,
mas também incomoda os comerciantes da região devido à suposta desordem causada
pelos reeducandos nos arredores.
O Metrópoles apurou que os cofres,
localizados em frente ao CPP, são dos próprios custodiados, não tendo sido
fornecidos pelo estabelecimento prisional ou por outro órgão público.
No CPP ficam os apenados do regime semiaberto,
que podem sair durante o dia para trabalhar e retornam à penitenciária no
início da noite. São cerca de 30 armários no meio da rua.
Durante o acompanhamento da reportagem, foi
possível flagrar alguns dos detentos guardando pertences, como roupas de frio.
As autoridades ouvidas pela reportagem afirmam não ter gerência
sobre os tais cofres, embora estejam localizados em via pública.
Os compartimentos ficam
trancados, e somente os apenados do semiaberto têm acesso.
Vandalismo
Comerciantes que trabalham em lojas próximas ao CPP denunciam
que os reeducandos cometem atos de vandalismo nos arredores dos quiosques que
ficam próximos dos armários. “Eles urinam, defecam, escondem porções de drogas
nas paredes. Todo dia pedem para que a gente guarde mochilas deles aqui dentro
e ficam chateados quando a gente nega”, afirma um lojista que preferiu não se
identificar.
Esse mesmo funcionário diz ainda que trabalha no local há cerca
de dois anos e presencia essa situação desde que chegou ao trecho 4 do SIA. “Já
vi até porrada entre eles aqui na frente. Eles brigam, gritam. Tudo isso deixa
a gente com medo de reclamar ou pedir para que eles parem”, completa.
O gerente de uma borracharia
próxima ao CPP relata que os armários ficavam instalados no muro da loja até
cerca de um mês atrás.
Segundo ele, todo fim de tarde, os presos
tomavam conta do espaço em volta dos cofres.
“Procurei a Polícia Penal e eles disseram que
não podiam fazer nada. Chegamos a pedir auxílio da Polícia Militar, mas também
não houve mudança”, explica o borracheiro, que também preferiu condição de
anonimato.
Em nota ao Metrópoles, a Secretaria de Administração
Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) afirma que os reeducandos passam
por revista pessoal na entrada e na saída da unidade — eles cumprem pena em
regime semiaberto e saem todos os dias para trabalhar e/ou estudar —, e que a
Polícia Penal faz operações com cães farejadores para punir os custodiados em
caso de guarda de objetos ilícitos. A pasta não informou, entretanto, se algum
dos presos foi punido recentemente por guardar algo ilegal. Quanto aos cofres
em si, apenas frisou que os itens não ficam nas dependências do CPP.
A Administração Regional do SIA
afirma não saber dos armários. “Não temos conhecimento sobre a autorização para
o uso desses compartimentos ou sobre os itens que neles possam ser armazenados
pelos reeducandos.”
Quanto às queixas dos comerciantes, a Administração diz que tem
trabalhado em conjunto com a 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) para “manter a
ordem e a segurança na região”. “A partir de informações sigilosas da
comunidade, em especial por meio do telefone 197 da Polícia Civil, conseguimos
elucidar diversos crimes na área do SIA, ressaltando que a identidade do
denunciante é totalmente assegurada sem causar qualquer prejuízo à sua pessoa”,
complementa o delegado Victor Dan, da 3ª DP.
A Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) afirmou
não possuir atribuição para atuar no caso, haja vista que os armários não são
considerados lixo descartado.