Hospitais regionais do Gama e de Sobradinho vão realizar procedimentos avançados para tratamento de acidente vascular cerebral; Hospital de Base passará a oferecer método inovador no Brasil
A Secretaria de Saúde do Distrito Federal
lançou o projeto ‘AVC no Quadrado’, uma iniciativa para ampliar o atendimento a
pessoas vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC), além de oferecer mais uma
técnica avançada para tratamento.
O foco é tanto reduzir a mortalidade quanto
as sequelas em pacientes.
Com o projeto ‘AVC no Quadrado’,, a
trombólise endovenosa, tratamento hoje disponível apenas no Hospital de Base,
passará a ser oferecida também nos Hospitais Regionais do Gama (HRG) e de
Sobradinho (HRS).
O
procedimento apresenta resultados considerados significativos: a cada 100
pacientes que passam pela trombólise endovenosa, 32 apresentam melhora clínica
e 13 ficam sem sequelas.
A técnica consiste na administração de medicamentos para dissolver o coágulo sanguíneo que bloqueia a artéria afetada, restaurando a normalidade da circulação no cérebro.
Evento reuniu a administração da Secretaria de Saúde, além de
representantes do Corpo de Bombeiros e do IgesDF
Já o Hospital de Base, atualmente a única
unidade distrital a oferecer trombólise intravenosa 24h, passará a oferecer
também a trombectomia mecânica, técnica avançada e de alta complexidade no
tratamento agudo de casos selecionados. O principal benefício é permitir
tratamento até 24 horas após o acidente vascular cerebral.
“Os impactos desse projeto são inúmeros. A
partir do momento em que paramos para pensar em uma entrega de valor para a
população, trabalhamos com propósito”, comemora o secretário de Saúde, Juracy
Cavalcante. A iniciativa reúne tanto a gestão central da Secretaria de Saúde
quanto as diretorias dos hospitais, além do Corpo de Bombeiros, Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e o Instituto de Gestão Estratégica de
Saúde (IgesDF).
O evento realizado na Fundação de Ensino e
Pesquisa em Ciências de Saúde (FEPeCS) contou com a presença de Vítor Paulo
Júnior, 35 anos, que sofreu um AVC há dois anos e conseguiu se recuperar quase
sem sequelas. “Eu sei da importância de ter um atendimento com velocidade, com
rapidez, para evitar problemas ainda maiores. Esse programa hoje ajuda a dar
visibilidade ao tema”, elogia.
Edna Maria Marques, e o secretário de Saúde, Juracy Cavalcante,
destacaram a importância do projeto “AVC no Quadrado” para os pacientes de
Brasília
A secretária-adjunta de Assistência à
Saúde da Secretaria de Saúde, Edna Maria Marques, destacou os avanços da pasta
no tratamento de doenças cardíacas e ressaltou a determinação em ampliar o
atendimento para os casos de AVC. “Queremos expandir esse projeto para todos os
hospitais da Secretaria de Saúde e transformá-lo em modelo para o Brasil”,
afirma.
Outra face do projeto ‘AVC no Quadrado’, foi
destacada pela médica neurologista da Secretaria de Saúde, Letícia Rebello.
Trata-se da integração de equipes dos hospitais por meio do Telestroke,
ferramenta de telemedicina que possibilita até o envio de exames de imagem em
tempo real. “Temos acesso a esse dispositivo pelo celular. Isso é um marco.
Nunca havíamos conseguido essa integração, e isso vai revolucionar a
assistência”, explica.
Alta demanda
O acidente vascular cerebral é uma das
principais causas de mortes no Brasil, com uma vítima a cada sete minutos,
chegando a 120 mil por ano. Cerca de 70% dos sobreviventes ficam com algum grau
de incapacidade e 50% tornam-se dependentes para as atividades do dia a dia. Em
Brasília, em 2023, foram mais de R$ 7,4 milhões em custos com internações por
AVC, com uma média de R$ 2,9 mil por hospitalização.