A baixa temperatura está relacionada com manifestações de problemas ósseos, articulares e musculares; veja dicas de especialistas.
Nesta sexta-feira (13), o Distrito Federal registrou uma sensação térmica de 8,9°C, às 7h, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMet).
O clima frio pode agravar dores crônicas, como artrite, artrose, fibromialgia e outras alterações osteomusculares, de acordo com o especialista da Secretaria de Saúde e referência técnica distrital (RTD) de reumatologia, Rodrigo Aires.
O profissional explica que isso ocorre devido a processos naturais do próprio organismo. “Vasos sanguíneos que levam o sangue para a periferia do corpo tendem a fechar um pouco como resposta à queda de temperatura, o que diminui a chegada de sangue e pode provocar alterações”, afirma Aires.
Mulheres podem ser mais afetadas do que os homens e são influenciadas, inclusive, pela questão hormonal, que também pode alterar essa percepção sobre as dores no frio – que trata-se apenas da resposta do corpo a uma mudança de temperatura externa.
“Os músculos que vão receber um pouco menos de sangue também podem sofrer alguma alteração e passar uma sensação ainda maior de dor”, acrescenta. Ele ressalta que, com o clima frio, é inevitável que o paciente enrijeça os músculos e isso gera tensão muscular, contratura e má circulação.
“O bem-estar emocional também não deve ser descuidado. Apesar de o inverno estar associado a uma quebra no humor geral, estudos demonstram que cuidar das emoções ajuda na diminuição da dor”, afirma.
Previna-se
A senhora Suely Rosa, 68 anos, moradora da Asa Norte, sofre de osteoporose e diabetes e faz exercícios de equilíbrio semanalmente na Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 da Asa Norte.
Ela participa de um grupo de circuito multissensorial ー são mais de 50 oferecidos em UBSs do GDF. Ela compartilhou que, durante o frio, tem sentido mais dores e que os exercícios ajudam a melhorar. “Eu me agasalho mais e continuo sempre fazendo atividade física”, relatou.
O médico e RTD em ortopedia, Roberto Mendonça, destaca que os efeitos das temperaturas baixas são mais acentuados em pessoas com lesões articulares pré-existentes, mas o frio atua como um fator agravante dos sintomas e não como a causa primária de doenças reumáticas.
“A prática regular de atividades físicas de baixo impacto e orientadas, como caminhadas e alongamentos, é altamente recomendada. Estes exercícios contribuem para a manutenção da lubrificação adequada das articulações e para o fortalecimento dos músculos que as suportam, o que, por sua vez, pode reduzir a dor e preservar a flexibilidade”, explica Mendonça.