Weslian Roriz chegou a disputar o Governo do Distrito Federal em 2010, após Joaquim ser barrado pela Lei da Ficha Limpa
A ex-primeira-dama do Distrito Federal Weslian Roriz, viúva do ex-governador Joaquim Roriz, assumiu nesta semana a presidência do PL60+ no Distrito Federal.
A cerimônia de posse ocorreu na Câmara dos Deputados e marcou também o lançamento do segmento sênior do Partido Liberal (PL) na capital federal.
O ‘PL60+’ é uma iniciativa do partido que busca engajar politicamente cidadãos com mais de 60 anos, promovendo debates e propondo políticas públicas voltadas para essa faixa etária.
Ao lado de Dona Weslian, foi empossado como vice-presidente o suplente de deputado federal Capitão Davi Sousa (PL-DF).
Símbolo de um passado político polêmico
A nomeação de Weslian carrega peso simbólico para parte do eleitorado brasiliense, uma vez que ela representa o resgate do clã político Roriz, que durante duas décadas foi protagonista da política local, mas também acumulou polêmicas e escândalos.
Joaquim Roriz, falecido em 2018, foi o primeiro governador eleito do Distrito Federal após a redemocratização.
Governou quatro vezes (três como eleito e uma como interventor) e deixou uma marca profunda, principalmente entre as camadas populares, com programas de distribuição de lotes, construção de cidades-satélites como Ceilândia e Samambaia, e um discurso fortemente populista.
Mas o legado de Roriz também carrega manchas. Em 2007, ele renunciou ao cargo de senador para evitar a cassação por quebra de decoro parlamentar, após o escândalo do “cheque de R$ 2,2 milhões”, revelado em interceptações telefônicas da Polícia Federal na Operação Aquarela.
À época, ele teria negociado uma transação financeira irregular com o ex-presidente do BRB, Tarcísio Franklin de Moura.
Weslian chegou a disputar o Governo do Distrito Federal em 2010, após Roriz ser barrado pela Lei da Ficha Limpa. Sem experiência política, a candidatura improvisada terminou com ela sendo derrotada por Agnelo Queiroz (PT), e ficou marcada por falas confusas e desconexas durante debates televisivos.
A criação do PL60+ chega em um momento em que o Brasil ultrapassou os 32 milhões de idosos, e a faixa etária com mais de 60 anos será a maioria da população ativa nas próximas décadas.