Programa de computador já contabiliza mais de 2 mil registros desde novembro e concentra denúncias de tráfico, maus-tratos e violência doméstica.
Com funcionamento iniciado em novembro de 2024, o chatbot da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) já se destaca como ferramenta eficaz no recebimento de denúncias anônimas.
Desenvolvido pela Divisão de Controle de Denúncias (DICOE), o canal digital, acessível por computador e por celular, garante agilidade, segurança e sigilo ao cidadão.
Entre novembro de 2024 e março deste ano, o serviço respondeu por 2.033 denúncias, o equivalente a cerca de 20% do total de 10.923 registros feitos por todos os canais da corporação.
“Dentro de cada crime, desenvolvemos um rol de interações para captar as informações necessárias”, detalha o diretor da DICOE, Josafá Ribeiro. Ao final da conversa com o robô, o cidadão pode, se desejar, continuar a interação com um policial.
Essa funcionalidade híbrida, que combina inteligência artificial com atendimento humano, permite maior completude nas informações encaminhadas às unidades responsáveis pela investigação. O anonimato é garantido em todo o processo. Além disso, o canal digital permite o envio de arquivos, como fotos, vídeos, áudios e até a localização geográfica, recurso especialmente útil em regiões onde os endereços são imprecisos ou difíceis de descrever. “Hoje, quase todo mundo tem um smartphone. A possibilidade de enviar coordenadas exatas facilita a chegada da equipe policial e a efetivação da investigação”, aponta.
Entre os crimes mais denunciados, o tráfico de drogas lidera, seguido por maus-tratos contra animais, violência doméstica contra a mulher, foragidos/procurados, homicídios e maus-tratos contra criança (em fevereiro de 2025).
A análise da Polícia Civil de Brasília também identificou que o intervalo entre as 12h e as 18h concentra o maior volume de denúncias feitas via chatbot, sendo a segunda-feira o dia da semana com mais registros.
As cidades-satélites com maior número de denúncias são Ceilândia, Samambaia e Taguatinga, o que está relacionado tanto à alta densidade populacional dessas áreas quanto à proximidade com delegacias.
“Só nessas três regiões temos nove delegacias, o que contribui para que a população confie e participe mais ativamente. O cidadão sabe que a informação repassada tem impacto real no trabalho da polícia”, reforça.
Por fim, o diretor destaca que todas as denúncias recebidas são encaminhadas às delegacias competentes: “O cidadão é os olhos e ouvidos da polícia. Não podemos estar em todos os lugares, mas, com a colaboração da sociedade, conseguimos agir de forma mais eficiente. A população do Distrito Federal confia na Polícia Civil, e nós daremos a resposta condizente com essa confiança”.