Distrito Federal aplicou 1,6 milhão de doses nos primeiros seis meses de 2025, alta de 58,27% frente a 2024.
Ações em escolas, ‘Carro da Vacina’ e postos em espaços públicos impulsionaram cobertura, mas meta contra dengue ainda está longe do ideal.
O Plano Piloto e as cidades-satélites registraram 1.648.564 doses de vacinas aplicadas nos primeiros seis meses de 2025 — um aumento de 58,27% em comparação com o mesmo período de 2024, quando foram administradas 1.041.611 doses.
O avanço representa mais de 600 mil doses extras distribuídas pela rede pública de saúde.
O crescimento é atribuído a estratégias de busca ativa e vacinação descentralizada, implementadas pela Secretaria de Saúde para ampliar o acesso e reduzir o número de pessoas com esquema vacinal incompleto.
Vacinação em escolas e espaços públicos
Entre as iniciativas de destaque está a vacinação em escolas, com 208 ações realizadas em unidades de ensino e 14.597 doses aplicadas.
Segundo Tereza Luiza Pereira, gerente da Rede de Frio Central da Secretaria de Saúde, o ambiente escolar potencializa o alcance junto às famílias.
“A escola é um importante meio de educação e saúde. A vacinação nesse espaço reforça a importância da imunização junto aos pais e responsáveis”, destacou.
Além das escolas, o ‘Carro da Vacina’ percorreu ruas de diversas cidades-satélites, com foco em áreas de difícil acesso.
Postos temporários também foram instalados em locais de grande circulação, como supermercados, feiras, shoppings, praças e até no Zoológico de Brasília.
Até julho, foram realizadas 136 ações de imunização móvel. “Essas iniciativas ajudam especialmente quem tem dificuldade de se deslocar a uma unidade de saúde durante a semana”, explicou Zildene Bittencourt, chefe do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Região Oeste.
Mais de 100 UBSs com salas de vacina
Atualmente, mais de cem unidades básicas de saúde (UBSs) oferecem salas de vacinação em funcionamento regular.
Em 2025, além do calendário nacional de imunização, estão em curso campanhas específicas:
- Contra a dengue: para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos
- Contra a gripe (influenza): para pessoas a partir de seis meses
- Contra o HPV: para adolescentes de até 19 anos que ainda não iniciaram o esquema
Avanços e desafios na cobertura
Entre os resultados positivos, houve aumento significativo na cobertura vacinal de crianças até dois anos para vacinas como poliomielite, rotavírus, hepatite B, meningocócica C, varicela e tríplice viral.
O maior avanço foi na pneumocócica 10-valente (Pneumo-10V), cuja cobertura subiu de 82,2% em 2024 para 92,19% em 2025 — próximo à meta de 95% estabelecida pelo Ministério da Saúde.
Apesar disso, a campanha contra a dengue ainda enfrenta obstáculos. Até julho de 2025, apenas 56,6% das crianças e adolescentes de 10 a 14 anos receberam a primeira dose, e 30,5% completaram o esquema com duas doses. A meta é imunizar 90% dessa população.
Busca ativa via WhatsApp
Para enfrentar o atraso, a Secretaria de Saúde implementou, desde julho de 2024, um sistema de mensagens por WhatsApp para alertar cidadãos com doses em atraso.
A medida visa facilitar o acesso à informação e estimular a procura espontânea pelas unidades.
Vacinação como responsabilidade coletiva
Especialistas reforçam que, sem engajamento da população, há risco de reintrodução de doenças graves.
“A vacinação é um direito garantido, mas também uma responsabilidade coletiva”, afirmou Fernando Erick, coordenador da Atenção Primária da Secretaria de Saúde. “O cidadão precisa se reconhecer como protagonista na proteção da sua saúde e na prevenção de surtos que colocam todos em risco.”