Área monitorada pelo ‘Brasília Ambiental’ que recebeu os animais
silvestres.
Os animais passaram por tratamento no HFaus antes de voltarem à
natureza e foram avaliados quando a capacidade de buscar alimentos.
O Instituto Brasília Ambiental participou,
nesta sexta-feira (30), da soltura de quatro animais silvestres reabilitados:
um cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e três quatis (Nasua nasua),
todos resgatados e reabilitados pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres
(CeTAS), do Ibama, e pelo Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre
(HFauS).
A ação, realizada em área monitorada na
Estação Ecológica de Águas Emendadas (EsEcAE), simboliza a conclusão de um
longo trabalho de cuidados veterinários e avaliação comportamental, para
garantir a reintegração dos animais ao seu habitat natural.
O chefe do CeTAS, Júlio César Montanha,
contou que o cachorro-do-mato, vítima de atropelamento, havia sido resgatado
pelo Batalhão de Polícia Militar Ambiental (BPMA). O animal silvestre passou
por um período de recuperação no HFauS.
Após a
alta clínica, foi encaminhado ao CeTAS, sendo monitorado quanto aos
comportamentos naturais, alimentação e movimentação.
Os animais passaram por tratamento no HFauS antes de voltarem à
natureza
“Verificamos se ele estava apto a viver em
liberdade, se buscava alimento de forma autônoma e apresentava movimentos
naturais da espécie. Com a avaliação positiva, hoje realizamos a soltura em uma
área protegida e adequada”, explicou Júlio César.
Quanto aos quatis, que eram quatro irmãos, um
deles morreu durante o resgate. Eles foram encontrados sozinhos sem a mãe, em
2024, após os incêndios florestais.
Depois de um ano de trabalho conjunto entre o
CeTAS e o HFauS, com atividades de enriquecimento ambiental, voltadas ao
desenvolvimento de comportamentos naturais, os animais também foram
considerados aptos à reintegração.
Antes de serem soltos, os animais foram avaliados quando a
capacidade de buscar alimentos
“Hoje fechamos um ciclo com esses animais
retornando à natureza”, destacou o gerente de Fauna Silvestre do Brasília
Ambiental, Rodrigo Santos. Segundo ele, todos haviam passado por uma bateria de
exames para diagnosticar parvovirose e cinomose, “a fim de garantir que estamos
realizando a soltura desses animais saudáveis na natureza, por meio da parceria
contínua entre a autarquia ambiental do GDF, o HFauS e o Ibama”,
acrescentou.
A vice-governadora do Distrito Federal,
Celina Leão, também comentou a importância da iniciativa: “Essas ações
demonstram o compromisso do Governo do Distrito Federal com a conservação da
biodiversidade. Cuidar dos animais silvestres é preservar a identidade
ambiental do nosso Cerrado, garantindo um legado sustentável para as futuras
gerações”.
O presidente do Brasília Ambiental, Rôney
Nemer, celebrou mais uma etapa bem-sucedida do programa de reabilitação da
fauna silvestre do Distrito Federal. “Cada animal que devolvemos à natureza
representa um avanço na preservação ambiental. O trabalho do instituto, aliado
a outras instituições como o CeTAS e o HFauS, mostra que o cuidado com a fauna
exige técnica, dedicação e sensibilidade. Nosso papel é dar a esses animais uma
nova chance de viver livres e saudáveis”, concluiu.