Em medida conjunta, o GDF e o governo goiano pediram novo adiamento do aumento, por mais 30 dias, mudando a data de reajuste da tarifa de 23 de setembro para 23 de outubro
O aumento do preço da passagem do transporte público do Entorno para o Distrito Federal, que passaria a valer na segunda-feira (22/9), será discutido durante uma reunião, também na segunda, pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
O reajuste, de 2,9%, foi confirmado pela agência em fevereiro. Desde então, o Governo do Distrito Federal (GDF) e o Governo de Goiás pediram três adiamentos da decisão, o último deles em 16 de agosto.
Em medida conjunta, o GDF e o governo goiano pediram novo adiamento do aumento, por mais 30 dias, mudando a data de reajuste da tarifa de 23 de setembro para 23 de outubro. Em nota, a ANTT informou que a agência está ciente da solicitação.
“Recebemos a proposta dos governos locais e o pedido está em análise pela área técnica responsável. A agência se pronunciará novamente sobre o tema em breve, após conclusão da análise”, disse.
Na Rodoviária do Plano Piloto, passageiros reclamam do possível aumento no preço da passagem. Jacicleide de Carvalho, de 53 anos, mora no Céu Azul (GO). Ela comentou que, por mês, gasta cerca de R$ 600 em passagens.
“Só para chegar aqui (em Brasília), gasto R$ 10,50. Isso dificulta muito a nossa locomoção”, afirmou. Doméstica, ela relatou que tem medo de perder o emprego por conta dos aumentos. “Isso também afeta o patrão. Ele paga a passagem e pode optar por nos demitir”, afirmou.
Mauro Lázaro, morador de Santo Antônio do Descoberto, também convive com essa incerteza. “Pesa para a empresa. Já é difícil ser contratado em Brasília para quem mora no Entorno, justamente por causa do valor da passagem. Se tiver outro aumento, pode ser que a gente perca o emprego”, acrescentou.
Para Robson Carvalho, especialista em Gestão Pública e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), o aumento das tarifas se reflete diretamente na economia.
“A inflação e o preço dos produtos são impactados por esses aumentos. Muitas pessoas saem de casa com o dinheiro contado. Fica insustentável pensar em gastar com outras coisas”, ressaltou.
Alternativas
Uma das alternativas apresentadas à ANTT foi a criação de um Consórcio Interfederativo, que ficaria responsável pela gestão do transporte do Entorno do Distrito Federal.
Segundo Zeno Gonçalves, secretário de Transporte e Mobilidade do Distrito Federal, a integração da bilhetagem entre DF e Entorno é prioridade. “Provavelmente, o primeiro ato do consórcio será estudar a integração tarifária. Um sistema único que permita ao usuário do Entorno ter acesso também ao transporte público de Brasília e vice-versa”, afirmou.
Sobre a gestão do consórcio, o secretário comentou que ela será dividida. “Tanto Goiás quanto o Distrito Federal têm condições de ceder técnicos para poder trabalhar nesse novo órgão que será criado”, disse ele, ressaltando que o aporte de R$ 67 milhões para subsidiar as tarifas ainda está sendo discutido.
“Os governadores Ibaneis e Caiado manifestaram a intenção de bancar parte dos custos. Os valores exatos, só teremos condições de calcular depois da avaliação dos dados técnicos do transporte”, finalizou.(Fonte:CB)